A escola com que sempre sonhei sem imaginar que pudesse existir: O que aprendi com a escola da Ponte.

A ESCOLA DA PONTE SERVE DE INSPIRAÇÃO PARA QUALQUER EDUCADOR QUE SONHA.


Sonha em ter uma escola sem muros e grades, sonha em saber respeitar os educandos, sonha em ensinar aos educandos o valor do senso crítico, sonha com uma escola em que seja possível a convivência harmoniosa. Sonha que os “problemas” possam ser encarados como desafios a serem superados. A escola da ponte nos mostra que possível fazer diferente e que não necessariamente precisamos seguir modelos prontos, ineficazes e acabados, mas construir progressivamente os saberes necessários, cada um à sua forma respeitando as suas necessidades. Isso é indispensável para formar seres humanos (na totalidade da palavra ser humano). Ser solidário, ser compreensível, ser dialógico, valorizar o próximo, saber viver em comunidade, ser bondoso.

A escola da ponte nos ensina muito sobre a questionar a nossa prática, problematizar a nossa rotina e a partir de então, refletir criticamente sobre tais atos viciosos que não cumprem o papel que a educação deveria fazer. A escola pode exercer com excelência o papel que desejar. Se hoje temos um sistema que massifica, ignora e não procura saber como tratar as diversidades cabe a mim, futura educadora e aos meus colegas, reafirmar o poder de transformação que temos em nossas mãos e que os pequenos vão saber usar muito bem. Mas isso, depende unicamente de nós. Se não tivermos a esperança nos nossos corações e prática de nossas utopias, jamais faremos a mudança que queremos ver.

A escola da ponte nos ensina que ensinar e aprender não é transferir conhecimentos, informações. Nos ensina que quem deve ser o centro da educação são os educandos e não os educadores. Até quando seremos meros professores bancários? Até quando vamos fingir que o nosso sistema de educação funciona perfeitamente? O que sabemos sobre autonomia se nunca tivemos a nossa própria?

Não quero ser apenas uma transmissora de informações. Já temos a TV, a internet. Não quero que ninguém mais passe por essa escola que ensina o educando a não pensar, a não refletir, a não sonhar, a não se interessar pelo desconhecido. Não quero que essa seja a realidade das nossas crianças. Quero aprender sobre autonomia para poder ensiná-las o quanto isso é importante. Não quero oprimi-los, quero liberta-los para que assim possam promover de fato uma mudança, um mundo melhor. É esse o legado que eu quero deixar como educadora.

Rubem Alves tocou muitos corações com a sinceridade em que ele escreve e descreve a ponte naquelas crônicas. A escola da ponte, na verdade não é mais um sonho. É uma realidade concreta. Não quero apenas sonhar com um modelo sensacional e eficaz de escola, quero realizar, concretizar.

José Pacheco é um dos tantos exemplos a serem seguidos. Um educador que se preocupou com o que realmente precisamos. Viver na comunidade é aprender. Se você aprende na comunidade, pode mudar a comunidade para melhor. Disso nunca vou me esquecer. No mais, temos uma grande responsabilidade nas mãos: ensinar, transformar construir, planejar, executar, avaliar com alegria e esperança, aprendendo sempre com os erros para fazer ajustes futuros. A educação é constantemente transformada e ela não tem fim. Portanto, temos de ter a convicção de que a mudança é possível.

ALVES, Rubem. A escola com que sempre sonhei sem imaginar que pudesse existir. 7 ed. Campinas, SP: Editora Papirus, 2001. 120 p. 

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